domingo, 29 de novembro de 2009

Nanowrimo

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Desabafo de uma tarde de Sexta-Feira

Já alguma vez tiveram uma tarde livre, só para vocês? E sentiram que nessa tarde a última coisa que queriam era estar em casa, sem fazer nada? Foi o que me aconteceu hoje.

Mas recuemos um pouco. Tinha tido Educação Física antes do almoço e estava cansada. Detesto voleibol! Detesto quando vou a correr para apanhar a bola e ela passa-me ao lado e tudo o que ouço é "Opá, olha o que fizeste!". Dá-me vontade de lhes dizer que não passa de uma aula, mas não adianta... ignora-se.
Mal cheguei a casa, sentei-me a ver o episódio da série que tinha gravado na noite anterior. Não me apetecia almoçar e acabei por almoçar no MacDonald's quase às três e meia da tarde, com o meu irmão.

Em vez de voltar para a casa, apeteceu-me ir sozinha para a baixa. Enquanto ia no metro, como desta vez não ia a ler ou a ouvir música, fui reparando nas pessoas à minha volta. Um rapaz (com vinte anos) olhou para a minha mala dos Blind Guardian, desconfiado- devia achar que eu tinha de estar vestida toda de preto e com botas de tacão de dez centímetros para poder usar uma mala daquelas.
Saí na baixa e fui até à FNAC, onde estive a tarde toda a ler. É incrível como são tão permissivos naquela loja! Estava uma sala inteira de pessoas a ler (que foram mudando durante a tarde) e eles nem reclamavam. Acabei por não levar nada, felizmente tenho muitos livros em lista de espera. Às seis e um quarto (ou lá perto), quando saí do "Espaço de Leitura", com uma estranha sensação reconfortante, ouvi barulho. Música. Subi as escadas até ao andar de cima. No dia anterior tinha visto o David Fonseca (e tinha incluído autografo e um desenho personalizado) e estava com esperanças de o encontrar outra vez. Mas não, era a banda João Só e Abandonados. E devo admitir que gostei, apesar de ter chegado quase no fim.

Quando saí para a rua, senti que não estava tanto frio como nos dias anteriores. Felicidade, fui passear pela baixa, sozinha, e ver as iluminações de Natal. Estão espantosas! Reparei na quantidade de gente que passava por mim a falar ao telemóvel. Um dizia "Tu nem sabes, nem sabes!" e continuava a andar (todos andam mais rápido que eu), outro dizia "Olha é assim, paaaaah!" e não ouvi mais. Umas raparigas, mais novas que eu, falavam de roupa e diziam "Ai, tu nem sabes o que a nãoseiquantas fez" (onde já ouvi isto?). Quando dei por mim eram horas de voltar para casa.

Fui a desenhar no metro, claro. Um miúdo atrás de mim, guinchou que eu estava a desenhar, excitado. Uma senhora à minha frente, com ar estrangeiro, sorria - talvez não percebesse. Ao meu lado, um senhor de pé parecia esperar que eu me levantasse para ele se sentar.

Se vivesse na baixa, acho que não resistia a fazer isto todos os dias!