domingo, 15 de junho de 2008

Bloqueio de escrita

Às vezes é difícil começar um texto, encontrar as palavras certas. No meu caso, fico a pensar numa história durante o dia, mais ou menos interessante, mas, quando me encontro diante de uma folha, bloqueio. Olho para a folha branca, de caneta na mão, quase com medo de a sujar. Vejo a história na qual estiva a pensar durante o dia diante de mim, as minhas personagens a fazerem coisas que não esperava delas. É incrível: à medida que as conheço, mais me surpreendo!

Surge, então, a primeira palavra... a segunda... a terceira... fico tão absorvida que, quando dou por mim, já tenho três páginas. Assustador, não?

Volto a bloquear. Muito bem, já escrevi aquilo que andei a pensar durante o dia, mas não quero que a história se transforme num livro.

Ou será que quero? Assim vou ter de mudar praticamente tudo...

Isto faz-me recuar alguns anos, até Setembro de 2005. Era apenas uma rapariga de 12 anos, com uma caneta, uma folha de papel e alguma imaginação. Comecei a escrever, apesar de na altura não gostar (quase que se pode dizer que detestava!), e depressa se tornou um vício. Cada vez me surpreendia mais, à medida que me deixava expressar no papel.

Em Novembro desse mesmo ano, quando finalmente coloquei um ponto final nessa minha "história", tinha 161 páginas manuscritas. Confesso que fiquei mesmo assustada.

A escrita depressa se tornou um vício. Não havia dia em que não escrevia páginas e páginas de ideias. Timidamente, apresentei os meus textos a amigos e conhecidos. Acho que gostaram. Pelo menos foi o que disseram... Pode ter sido apenas por bondade...

Mas mesmo nos livros não deixava de haver um bloqueio. No entanto, as minhas personagens sempre me ajudaram.

Acham que estou doida? Pois, eu também, mas não me importo: sei que muitos outros escritores compreendem esta minha visão da escrita.

E, se estão curiosos, sim, bloqueei na maneira de começar este texto, e bloqueio agora na maneira de o terminar. Tenho de admitir que o facto de o estar a escrever uma sala de aula, durante um furo, não ajuda nada. Posso até nunca o terminar. Todos os dias acrescentar um ponto. Um diário de escrita, talvez. Quem sabe?

Seria deveras interessante.

16-05-2008

2 restauros:

Bruno disse...

Muito Bom ;D
Melhor Blog de Portugal ;P

Ana C. Nunes disse...

Penso que isso é quase generalista nos escritores. Todos bloqueiam na altura de passar as coisas para o papel, talvez a medo de perderem a essência do que imaginam, ou por medo de não conseguirem escrever tudo coo acham que deviam.
O que há a fazer é mesmo persistir e continuar a escrever.