segunda-feira, 29 de março de 2010

Hail Lulu.com



Terminei a conclusão da trilogia e, visto que rever ao computador é impossível para mim (por muitos erros que tenha, eles passam-me sempre ao lado), resolvi imprimir. Mas onde imprimir o meu manuscrito de 237 páginas?
Fui a um centro de cópias e perguntei por quanto me imprimiam e encadernavam e disseram que saia assim por 21€. 21€???? nem pensar
Até que me lembrei de no "Conversas Imaginárias" o Thanatos me tinha falado do site Lulu e como podia pedir só uma cópia para mim. Decidi experimentar. E devo dizer que estou muito satisfeita!
A capa ficou bem, apesar de pixelizada, e rever um livro em... livro, é outra coisa x) e saiu bem mais barato, por 8€.
I´m really happy :D

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Book Journal



Comprei um Book Journal da Moleskine- não resisti! O que é isto? É um caderno onde posso apontar, por ordem alfabética, os livros que li, juntamente com uma pequena critíca! Estou tão feliz!
http://www.moleskine.com/catalogue/passions/book_journal/

sábado, 2 de janeiro de 2010

Lycanthrope or the Weird Reality (NaNoWriMo 2009) - I

Lycanthope or the Weird Reality foi a novela que escrevi para o concurso internacional NaNoWriMo 2009, cujo objectivo era escrever no espaço de um mês uma obra de 50000 palavras. No final, a minha noveleta ficou com 57,017. Aqui vou deixar por partes curtas o que escrevi. De seguida deixo o link para o resumo (em inglês) para a história da novela,
inserida dentro do tema de Fantasia.

http://www.nanowrimo.org/eng/user/566210

PS: Os erros serão compreendidos pelo facto de o tempo para a revisão ser escasso, não? :)

******

Capítulo Primeiro

A música que tocava no mp3 embalava-a como num sonho. As pessoas na rua corriam, pisando as folhas mortas, para se abrigar do vento uivante, o presságio de que o Inverno seria frio. Não fosse o facto de estarmos em Londres e não demorar a cair as primeiras neves.
No entanto, Mary Jane não reparava nas pessoas. Fechada na sua concha, sentia-se levitar ao atravessar as mesmas ruas, não sentindo a chuva que a molhava, nem o guarda-chuva partido que alguém “perdera” prender-se nas suas pernas.
Parou e fixou um ponto infinito. As pessoas acotovelavam-na, enquanto criticavam os jovens de hoje que achavam que o Mundo era deles. Espirrou. Maldita chuva, agora teria de ficar em casa com gripe.
Continuou a avançar até chegar a casa. Despiu o casaco ensopado e deixou-se cair na entrada. Sentiu alguém pegar-lhe e tirar-lhe as roupas, para depois se sentir enchouriçada na banheira com água quente. Bocejou. Tão cansada…
- O que pensas que fazes, a atravessar a rua à chuva sem te protegeres?
Mary Jane levantou os olhos azuis sonolentos para o seu irmão.
- Não sei…- respondeu.
Tão cansada. Deixou-se adormecer.

Quando acordou, estava aconchegada na sua cama. Levantou-se e sentiu-se zonza. Era de dia - o que significava que tinha dormido o resto da tarde e a noite toda. E estava esfomeada.
Deambulou escadas abaixo até à cozinha. A casa estava deserta. Olhou para o calendário - era sábado. O seu irmão devia estar num treino qualquer e os seus pais deviam estar a trabalhar.
Depois de comer uma refeição rápida, saiu para a rua. Mesmo estas estavam mais desertas que o habitual. Nada como aproveitar a manhã de sábado para dormir.
Sentou-se num café de esquina, praticamente deserto, sendo apenas povoado por um homem a ler um jornal. Enquanto esperava pelo pedido, alguém se sentou na sua frente. Era um rapaz, mais velho que ela, vestido de negro da cabeça aos pés, de cabelos negros algo compridos e olhos cinzentos, frios. No entanto, era algo atraente.
- Posso-me sentar? Todos os outros lugares estão ocupados…
Mary Jane olhou em volta, vendo muitos lugares livres. Além disso, o rapaz já estava sentado.
- Como queiras…
Mary Jane preparou-se para levantar, mas mudou de ideias. Fixou o rapaz.
- Há muitas mesas vagas…
- Não, não há! – respondeu o rapaz – Não vês?
Mary Jane olhou, mas continuou a ver o café vazio. Desta vez, já nem o homem a ler o jornal estava lá, nem sequer o empregado no balcão.
- Não vejo ninguém…
O rapaz sorriu, apenas de um lado, o que lhe deu a impressão de que gozava com ela.
- Não te apresentas? – perguntou.
- A minha mãe não me deixa falar com estranhos! – replicou Mary Jane, com ironia.
- Oh vá lá, visto que vamos estar ainda um bom tempo a olhar um para o outro, pelo menos deixa-me saber o teu nome!
Mary Jane fixou os olhos cinzentos do rapaz. Na sua imaginação, eles pareciam estranhos, quase lupinos.
- Mary Jane, mas podes tratar-me por MJ! – disparou.
- Alexander, prazer! – Alexander esticou a mão – Chama-me Lycanthrope!
- Lycan… quê?
- Lycanthrope… nome de família!
Mary Jane preparou-se para se levantar. Não estava para aturar os devaneios de um jovem que gostava de ter uma alcunha que parecia ter sido tirada de um videojogo.
- Espera!
- Sim?
- Que idade tens?
Mary Jane semicerrou os olhos.
- Pervertido!
- Desculpa?
- Queres saber a idade de uma adolescente com quem começaste a meter conversa do nada!
- Oh, como queiras!
Mary Jane fixou-o, ainda sentado na sua frente, com ar despreocupado. Sabia que tinha de ir embora, mas, por alguma razão inexplicável, não conseguia.
- Tenho dezasseis anos! Satisfeito?
- Tenho vinte e três anos! Ainda bem que nos entendemos!
Mary Jane sorriu.
- Queres que me apresente formalmente?
- Sim, claro!
Mary Jane levantou, passou a mão pelo lenço que levava na cabeça e tirou-o, deixando a descoberto a cabeça praticamente careca, apenas revestida de uma fina penugem loira.
- Chamo-me Mary Jane! Tenho dezasseis anos! Adoro desenhar e não costumo socializar! Ah, e tenho carcinomas, sabes o que isso significa, não sabes?
- Significa que estás a morrer.
- Precisamente. Ainda bem que nos entendemos!

domingo, 20 de dezembro de 2009

Ode ao Tipo

O Tipo está lá. É non-sense. Ninguém sabe muito bem o que é, se é uma expressão, ou se é uma pessoa. Ninguém sabe se é "Aquele Tipo" ou "Aquele Tipo de Pessoa".
Tipo, ele aparece nas nossas frases. Rasteja para o meio delas quando não sabemos o que dizer. Ou quando vamos a dizer algo e nos perdemos... tipo isso, sim.
Já viram bem a quantidade de vezes que ouvimos a palavra tipo durante o dia? (e o referimos?) Nem sabemos muito bem quem ele é... tipo, ele está lá, isso é certo.

Tipo, se me estás a ouvir... tipo, estás lá!


Puramente non-sense... é só mesmo por que está a chover

domingo, 29 de novembro de 2009

Nanowrimo

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Desabafo de uma tarde de Sexta-Feira

Já alguma vez tiveram uma tarde livre, só para vocês? E sentiram que nessa tarde a última coisa que queriam era estar em casa, sem fazer nada? Foi o que me aconteceu hoje.

Mas recuemos um pouco. Tinha tido Educação Física antes do almoço e estava cansada. Detesto voleibol! Detesto quando vou a correr para apanhar a bola e ela passa-me ao lado e tudo o que ouço é "Opá, olha o que fizeste!". Dá-me vontade de lhes dizer que não passa de uma aula, mas não adianta... ignora-se.
Mal cheguei a casa, sentei-me a ver o episódio da série que tinha gravado na noite anterior. Não me apetecia almoçar e acabei por almoçar no MacDonald's quase às três e meia da tarde, com o meu irmão.

Em vez de voltar para a casa, apeteceu-me ir sozinha para a baixa. Enquanto ia no metro, como desta vez não ia a ler ou a ouvir música, fui reparando nas pessoas à minha volta. Um rapaz (com vinte anos) olhou para a minha mala dos Blind Guardian, desconfiado- devia achar que eu tinha de estar vestida toda de preto e com botas de tacão de dez centímetros para poder usar uma mala daquelas.
Saí na baixa e fui até à FNAC, onde estive a tarde toda a ler. É incrível como são tão permissivos naquela loja! Estava uma sala inteira de pessoas a ler (que foram mudando durante a tarde) e eles nem reclamavam. Acabei por não levar nada, felizmente tenho muitos livros em lista de espera. Às seis e um quarto (ou lá perto), quando saí do "Espaço de Leitura", com uma estranha sensação reconfortante, ouvi barulho. Música. Subi as escadas até ao andar de cima. No dia anterior tinha visto o David Fonseca (e tinha incluído autografo e um desenho personalizado) e estava com esperanças de o encontrar outra vez. Mas não, era a banda João Só e Abandonados. E devo admitir que gostei, apesar de ter chegado quase no fim.

Quando saí para a rua, senti que não estava tanto frio como nos dias anteriores. Felicidade, fui passear pela baixa, sozinha, e ver as iluminações de Natal. Estão espantosas! Reparei na quantidade de gente que passava por mim a falar ao telemóvel. Um dizia "Tu nem sabes, nem sabes!" e continuava a andar (todos andam mais rápido que eu), outro dizia "Olha é assim, paaaaah!" e não ouvi mais. Umas raparigas, mais novas que eu, falavam de roupa e diziam "Ai, tu nem sabes o que a nãoseiquantas fez" (onde já ouvi isto?). Quando dei por mim eram horas de voltar para casa.

Fui a desenhar no metro, claro. Um miúdo atrás de mim, guinchou que eu estava a desenhar, excitado. Uma senhora à minha frente, com ar estrangeiro, sorria - talvez não percebesse. Ao meu lado, um senhor de pé parecia esperar que eu me levantasse para ele se sentar.

Se vivesse na baixa, acho que não resistia a fazer isto todos os dias!

sábado, 13 de junho de 2009

Lobisomem- parte 2

Nos dias que se seguiram, Isobel não conseguia esquecer o estranho lobo. Conservava-se mais calada e isolada do que nunca. Mas também não tinha coragem de se aventurar para dentro da floresta de novo. Nada lhe assegurava que encontraria o lobo de novo. E também nada lhe assegurava que entraria e saíria em segurança da misteriosa floresta.
Alguns dias depois, enquanto Isobel lavava as mãos no poço depois de uma tarde de trabalho, Sam aproximou-se.
- Isobel!
Levantou a cabeça. Sam era um rapaz franzino e moreno, pouco atraente ao qual nunca se dignara a dispensar a sua atenção.
- Diz!
- Encontrei isto! É teu?
Sam estendeu-lhe um fio preto com um dente de lobo preso. Era o colar que tinha perdido naquela fatídica noite na floresta.
- Onde o encontraste?
- Não importa! É teu?
- É…
Isobel arrancou o colar das mãos de Sam e colocou-o. Deixou o balde deslizar até ao fim do poço e afastou-se a correr, arregaçando o vestido para correr mais depressa.
- Espera!- chamou Sam.
- Que queres?
Sam fitou-a e Isobel franziu o sobrolho.
- Que queres?- repetiu.
- Onde arranjaste o dente?
- Na floresta!
- Sabes que não podemos ir para lá!
- Eu posso! Eu faço o que quero!
Isobel afastou-se a correr até casa, onde fechou a porta. Não sentiu vontade de comer. Esperou, quieta, pela noite. Eram poucos naquela casa, apenas os seus pais e o seu irmão mais novo- todos os outros tinham morrido. «Um deles foi atacado por um lobo», lembrou com um estremecimento.
Quando finalmente escureceu, Isobel saiu de mansinho. Ia arriscar sair para a floresta. Olhou para o céu, para o quarto minguante semi-oculto. Nem isso a desincentivou.
Depressa se embrenhou na floresta, mais escura que nunca. Ouviu um som atrás de si e, instintivamente, agarrou o dente de lobo no seu colar. Só agora se lembrava que devia ter roubado um cavalo da aldeia- pelo menos tornaria a viagem menos cansativa e assustadora. Pensaria nisso na próxima vez.
Se houvesse uma próxima vez!
Continuou a caminhar, sentindo-se nervosa como nunca. Nas suas anteriores expedições nunca se sentira assim- era estranho!
Um som ecoou pela floresta, seguido de um uivo. Isobel, de tão nervosa que estava, começou a correr sem destino.
Só quando tropeçou e aterrou na lama é que se apercebeu que se tinha embrenhado demais na floresta e que estava perdida.